Ao longo dos 208 anos de história do comércio exterior brasileiro, os profissionais que militam nessa área sempre demonstraram perfil exclusivamente operacional, tendo como responsabilidade a emissão de documentos, controles de prazos e regimes aduaneiros especiais, além de relacionamento com despachantes aduaneiros, agentes de cargas e demais intervenientes da cadeia logística.
Essa característica essencialmente operacional resultou em uma nítida desvalorização dos profissionais que atuam na importação e exportação, inclusive em questão de remuneração e projeção de carreira.
No entanto, no início deste ano, foi publicada uma matéria no jornal “A Tribuna” ressaltando a valorização dos profissionais de comércio exterior e logística com o advento da crise que assombra o nosso País, com destaque à seguinte menção: “Nos cargos de gestão, há até a expectativa de aumento nas médias salariais, em índices que variam de 3% a 6,9%, percentuais generosos em tempos de recessão.”
Esse fenômeno é facilmente ilustrado, quando nos deparamos com o alto custo tributário e logístico que o País apresenta, bem como com a ampla burocracia na entrada e remessa de bens no Brasil, que nos faz perder competitividade quando comparados a exportadores e importadores localizados em países com estrutura adequada para a prática de comércio exterior.
Esta situação perpetra a necessidade das empresas instaladas no País a buscar alternativas que mitigam o impacto dos cenários tributário e logístico brasileiro no âmbito da competitividade internacional, por meio de implementação de alternativas que reduzem custos e garantem a conformidade das operações aduaneiras.
Em outras palavras, em tempos de crise, é inadmissível para uma empresa que atua no comércio exterior não usufruir de incentivos fiscais ou logísticos ou ainda, não ter a garantia de que os riscos de autuações aduaneiras estão devidamente controlados.
É comum nos depararmos com uma nova estrutura sendo estabelecida em grandes corporações. Além de um departamento operacional, normalmente com reporte à área logística, há o surgimento da área de “trade compliance”, representada por profissionais responsáveis pela implementação de soluções que resultem em redução de custos - como os programas Operador Econômico Autorizado (OEA) e Recof-Sped, recentemente instituídos pela Receita Federal do Brasil - além da garantia de conformidade aduaneira, por meio da implantação de processos formais para a correta classificação fiscal de mercadorias, determinação da base de cálculo de tributos, adoção de obrigações acessórias, dentre outras atividades.
Este é o novo papel do profissional de comércio exterior: garantir a conformidade das operações aduaneiras e permitir aos importadores e exportadores o máximo usufruto dos diversos mecanismos que reduzem a carga tributária e o custo logístico, por meio de um eficiente acompanhamento da dinâmica legislação aduaneira e domínio pleno dos temas pertinentes às áreas.
Este é o novo papel do profissional de comércio exterior: garantir a conformidade das operações aduaneiras e permitir aos importadores e exportadores o máximo usufruto dos diversos mecanismos que reduzem a carga tributária e o custo logístico, por meio de um eficiente acompanhamento da dinâmica legislação aduaneira e domínio pleno dos temas pertinentes às áreas.
Por fim, ressalta-se que um profissional com essas competências, além de vivenciar um momento de plena valorização, passa a fazer parte de uma área que cada vez recebe mais destaque dentro de uma corporação, sendo, em muitos casos, considerada como um pilar estratégico para a competitividade internacional.
Written by Daniel Maia
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