Em
 1937, o americano Malcom Mac Lean era motorista e dono de uma pequena 
transportadora. Ao observar o lento embarque de fardos de algodão teve a
 ideia de armazená-los e transportá-los em caixas. Após inúmeras 
experiências nos Estados Unidos, prejudicadas pela segunda Guerra 
Mundial (1939-1945), a história reporta que em 1966 aconteceu a primeira
 viagem internacional com 50 unidades, de Nova Iorque para Rotterdam, 
pelo navio “SS Fairland” da Sealand. Mac Lean era o dono da Sealand 
nessa época e havia convertido o “SS Failand” em navio full contâiner em
 1957.
Em menos de 50 anos, criou-se 
uma revolução no modo de transporte de carga geral nos diversos tráfegos
 ao redor do planeta. Hoje são 17 milhões de unidades na frota mundial, 
ou 27 milhões de teus (unidade equivalente a um contêiner de 20’). A 
frota de unidades refrigeradas representou em 2009 por volta de 6% desse
 total, de acordo com o “World Container Census 2010” da 
Containerization International.
Enquanto
 o “SS Fairland” tinha tonelagem bruta de pouco menos de 9 mil toneladas
 e velocidade de 15,5 nós, hoje a frota mundial de navios full contâiner
 soma 4.954 navios, de acordo com o Alphaliner, com capacidade para 
transportar 16,05 milhões de teus que estão alocados em 400 serviços 
semanais ao redor do mundo. O maior navio em construção, “Triple E”, da 
Maersk Line, terá capacidade de 165 mil toneladas, 18.000 teus e 400 
metros de comprimento com entrega para julho de 2013. Ao longo dos 
últimos anos, vê-se a construção de novos navios, centrada na capacidade
 de  10.000 a 18.000 teus, pelos ganhos de escala que trazem.
Viu-se
 ainda, a partir de 2007, devido ao alto custo do bunker (combustível) 
que apesar dos navios terem capacidade de navegar a 25 nós/hora, 
passou-se a fazer as viagens, nos tráfegos internacionais, com 7 ou até 
14 dias a mais, justamente para economizar este importante e caro 
insumo. Até hoje a prática é essa e o aumento do leadtime foi incorporado pelo mercado.
Na
 costa brasileira já temos navios de 8.000 teus e mais de 330 metros de 
comprimento e previsão de chegada de embarcações acima de 9.000 teus 
ainda em 2013. Desde a privatização dos portos na segunda metade dos 
anos 90, as condições dos terminais portuários brasileiros vêm 
melhorando e o crescimento da corrente de comércio brasileira, 
investimentos privados e mais recentemente a dragagem dos portos pelo 
governo, vem possibilitando importantes avanços em ganhos de escala e 
produtividade nas operações.
Para se 
ter um parâmetro, a produtividade média no período pré-privatizações no 
Brasil, era em torno de 9 unidades/hora em Santos. Hoje as médias estão 
em cerca de 75 movimentos por hora com o uso de modernos equipamentos e 
sistemas de gestão operacional portuária.
A
 historia brasileira da carga conteinerizada está próxima de meio século
 no Brasil, no entanto a conteinerização de grandes volumes de carga 
frigorífica, e em específico as carnes de frango, se deram a partir de 
1994. Mercados específicos, como a exportação de frango para o Japão, 
são ainda mais recentes e datam de meados de 2000.
O
 Brasil faz parte da evolução do transporte conteinerizado mundial, 
melhorou muito ao longo dos últimos 15 anos, no entanto, ainda é caro e 
tem os trâmites de importação e exportação extremamente morosos gerando 
custos de ordem diversa.
Portanto, as oportunidades para ganhos de eficiência e competitividade continuam sendo gigantescas.
Clara Rejane Scholles


Nenhum comentário:
Postar um comentário