A
 Abimed (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de  
Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares) abriu um 
processo  contra a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) 
pela demora na  aprovação de novos equipamentos médicos importados no 
mercado brasileiro.
A
 associação, que representa 128 empresas, responsáveis por cerca de 60% 
 do setor, alega que o problema foi uma mudança na legislação, em maio 
de 2010.
Ela
 determina que todos os produtos que entrassem no país deveriam antes  
ter suas fábricas no exterior vistoriadas, o que estaria represando a 
chegada  dos produtos.
DEMORA
Segundo
 a Abimed, pedidos feitos em junho de 2010 estão começando  somente 
agora a receber respostas da Anvisa, com inspeções marcadas nas  
fábricas.
"As
 empresas concordam com a inspeção internacional e estão preparadas  
para as vistorias. Mas a falta de recursos técnicos e humanos da agência
 gerou  um imobilismo que impede o acesso de pacientes a tratamentos 
mais modernos e  cria uma barreira a novos investimentos", declarou em 
comunicado oficial  Carlos Goulart, diretor-executivo da Abimed.
A
 Anvisa realiza, desde 2010, cerca de 200 inspeções internacionais  
anualmente. Há aproximadamente mil processos de certificação de produtos
 para a  saúde aguardando inspeção da agência.
"Estamos
 propondo uma alternativa à Anvisa. Empresas que já tenham  recebido 
certificados internacionais de boas práticas em suas fábricas poderiam  
ter a entrada de seus produtos autorizada, até que a Anvisa possa 
inspecionar a  fábrica no exterior, ratificando ou negando a autorização
 prévia", disse  Goulart à Folha.
OUTRO LADO
A
 Anvisa disse, por meio de sua assessoria, que a demora das inspeções  
"é um problema global, que afeta todos os países", mas admitiu o  
acúmulo de processos, "pois a demanda pelo serviço de inspeção, neste  
momento, é maior do que nossa capacidade de atendimento".
Para o órgão, além disso, é uma afirmação desmedida falar em  "imobilismo".
"Não
 podemos abrir mão desse procedimento quando os demais países  também 
fazem inspeções no Brasil. É dever da Anvisa manter a isonomia no  
tratamento. Do ponto de vista sanitário, é muito arriscado permitir a 
entrada  de produtos para a saúde sem inspeção internacional", diz a 
agência  reguladora.
A
 Anvisa afirma que participa da preparação de um sistema único de  
certificação que seria reconhecida por agência reguladoras no mundo 
todo.
Publicado no CRPA
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