LONDRES
- Na Europa existem tradicionalmente três tipos de operações
portuárias, as públicas estatais, as privadas e as que pertencem ao
estado, mas são operadas por grupos arrendatários, com contratos de
longo período, geralmente entre 20 e 25 anos
Porto de Gotemburgo na Suécia
Desde a década de 70, vem saindo de uso o sistema de portos estatais, assim como é o caso do Porto de Gotemburgo, na Suécia onde a operadora APM Terminals assinou um contrato de arrendamento de 25 anos, com autoridade para operar um terminal de contêineres no maior porto suéco, que responde por cerca de 33% do comércio exterior de todo país e 65 % dos contêineres movimentados. Em 2011 foram quase 900 mil TEUs, um aumento de 13% sobre o ano de 2010 que movimentou 796 mil TEUs.
Apesar do aumento, a Autoridade Portuária do Porto de Gotemburgo, sentia que era necessária uma mudança para atrair mais cargas, especialmente serviços de longo curso, sendo um ponto fraco, pois até recentemente o porto possuía apenas uma rota de longo curso, proveniente da Ásia e agora uma segunda rota acontecerá com o serviço conjunto da nova World Alliances, envolvendo NYK,OOCL, Hapag-Lloyd, Hyundai Merchant Marine, Mitsui OSK Line e APL, começando em abril desse ano. O porto da Suécia movimentava 811.508 TEUs em 2006 e atingiu o pico em 2008 com 862.595 TEUs porém vem perdendo carga para o norte da Europa e Mar Báltico.
Sobre essa manobra histórica da dinamarquesa APM Terminals, o presidênte da Autoridade Portuária de Gotemburgo, Sven Hulterstrom disse que acredita que o porto está em boas mãos e não tem o que temer de um poderoso operador privado e acrescentou. "Este é certamente um grande dia não só para Gotemburgo, mas também para toda a indústria do país, a APM Terminals como rede global, expertise e com disposição para investir, me trás a certeza que o Porto de Gotemburgo vai consolidar o seu papel como o grande porto internacional da Suécia”.
Incentivando a movimentação de contêineres do porto atráves do modal ferroviário, assim como outros portos europeus, Gotemburgo alcança uma marca impressionante de 45% de escoamento e chegada por ferrovias. Atualmente existem 26 transportes ferroviários ligando o porto com várias localidades na Suécia e Noruega, sendo que no ano passado o tráfego aumentou cinco por cento.
Cecilia Carlsson, gerente de comunicação corporativa em Gotemburgo, diz. “Continuamos sendo a Autoridade Portuária e ainda possuímos o terreno e toda infra-estrutura,assim continuamos sendo o proprietário e a capitania do porto. No entanto, a fim de impulsionar o nosso desenvolvimento internacional, achamos que o melhor é trazer uma empresa com expertise internacional para ajudar a nos tornar mais eficientes nesta rede global".
Neil Davidson, conselheiro sênior de portos, da consultoria Drewry’s de pesquisa marítima, que elaborou uma análise estratégica para o Porto de Gotemburgo, disse que esse tipo de modelo de leasing era o melhor que se encaixava no perfil da cidade sueca.
Quando perguntado sobre o tipo de modelo, ele explica. “Gotemburgo era uma operação portuária pública, estatal, mas procuraram a nossa empresa para que pudéssemos fazer uma revisão estratégica para descobrir qual era a melhor maneira de operação e recomendamos a estrutura Landlord, onde o operador portuário é responsável pela movimentação da carga e a Autoridade Portuária inspeciona a mivimentação”.
Também mencionou que por um lado o porto de Gotemburgo tinha que registrar lucro e competir internacionalmente, mas por outro lado tinha o dever com a cidade. O primeiro envolveu muitas necessidades de curto e médio prazo e a segunda apresentava benefícios para longo prazo.
"Pareceu-nos que não havia missão e objetivos claros,mas existe. Gotemburgo Port Authority(GPA) é o proprietário e fará com que o porto cresça em longo prazo e a APM Terminals pode entrar e ganhar dinheiro para si e para o porto. Agora existem regras claras e responsabilidades para todas as partes e isso torna a vida muito mais fácil”. Finaliza.
Este modelo de arrendamento no período de 25 anos é o mais popular da Europa e a maioria dos grandes portos do velho continente, estão adotando essa gestão. Este modelo está em voga nos últimos anos nas principais economias, como Holanda, Alemanha, Bélgica, França, Espanha e Itália.
Publicado em NetMarinha
O arredamento aqui no Brasil funcionaria bem se não houvesse burocracia com taxas de serviços e mais impostos, as quais emperram a fluidez dos desembaraços das cargas. Haja vista o terminal de Santos-Guarujá, onde intermináveis filas de caminhão aguardam a vez para descarregar.
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