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“A
 implantação de portos no norte, como os de Outeiro, Vila do Conde e 
Santarém, e do Terminal de Grãos do Maranhão, no Porto de Itaqui, são o 
marco no redirecionamento logístico da produção agrícola dedicada à 
exportação.”  A opinião é do ministro da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (Mapa), Mendes Ribeiro Filho, que falou ontem com 
exclusividade ao DCI. 
O
 Mapa observa o desenvolvimento de um marco logístico para a exportação 
de grãos na Região Norte do País, com projetos de portos e meios de 
escoar a produção, mas destaca aportes que são exclusivos da iniciativa 
privada e dos governos estaduais, reconhecendo que não existe previsão 
de investimento  do governo federal em logística para a nova fronteira 
agrícola do Brasil. 
Os
 empreendimentos portuários em andamento são bancados por companhias 
estaduais e concessões ao setor privado. É o caso do Porto de Outeiro, 
em Belém (PA), estimado em cerca de R$ 700 milhões, que, para se tornar o
 maior terminal de grãos do País, deve ser arrendado, ainda este ano. O 
empreendimento tem potencial para movimentar anualmente dezoito milhões 
de toneladas de produtos agrícolas, e pecuários, segundo a Companhia 
Docas do Pará.   
Já
 o Terminal de Grãos do Maranhão (), que deve levar o estado ao terceiro
 posto na exportação brasileira de grãos, deve receber  R$ 22 milhões de
 cinco concessionárias, além de R$ 4 bilhões do BNDES, cedidos ao 
governo estadual e administrados pela Empresa Maranhense de 
Administração Portuária. 
Localizado
 no Porto do Itaqui, em São Luis (MA), O Tegram teve sua pedra 
fundamental lançada no último dia 7. O complexo elevará a capacidade do 
Itaqui dos atuais 2,5 milhões de toneladas de grãos ao ano para quinze 
milhões de toneladas até 2020 — número equivalente a um terço da 
capacidade instalada para exportação de grãos pelos portos do norte e do
 nordeste.  “A partir dessas melhorias, será possível reduzir as 
distâncias percorridas e o custo logístico, em percentual próximo de 
30%, possibilitando aumento da renda dos produtores rurais e a 
competitividade dos produtos nos mercados internacionais”, afirmou o 
ministro, destacando também a ampliação da malha ferroviária do País, 
com a concessão de trechos da Ferrovia Norte-Sul, que se prolongará até 
os Portos de Belém e Paranaguá. 
A
 região conhecida por Matopiba, que abrange os Estados do Maranhão, 
Tocantins, Piauí e o oeste da Bahia, concentra os investimentos em 
infraestrutura do agronegócio. Ontem, Mendes Ribeiro Filho reconheceu a 
necessidade de se investir em terminais logísticos intermodais para que 
se acompanhe o crescente ritmo de produção. “Precisamos ampliar a oferta
 dos modais ferroviário e hidroviário, assim como ampliar a capacidade 
operacional dos portos. Outro segmento sujeito a grande pressão é o da 
armazenagem, mas um escoamento mais ágil da soja certamente dará espaço 
para armazenar milho, cujo volume também será ampliado”, observou o 
ministro. 
“Em
 síntese, o aumento da produção deve ser enfrentado com alguns ajustes 
nos processos e nos segmentos de logística. Dessa forma, o País 
conseguirá escoar adequadamente suas riquezas, dado a experiência 
adquirida ao longo dos anos com os sucessivos aumentos produtivos no 
setor agrícola”, comentou.  
Questionado
 sobre a participação do governo nas exportações do ano que vem — quando
 parte dos projetos já deverá ser entregue —, o ministro disse que, 
“como os preços atuais estão em níveis elevados, parte da produção já 
foi comercializada antecipadamente, garantindo liquidez, o que não 
deverá implicar a necessidade de apoio do governo”. 
A
 Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que as exportações 
da próxima safra brasileira de grãos sejam menores do que as de 
2012/2013: quinze milhões perante dezenove milhões de toneladas, por 
conta da recuperação das lavouras norte-americanas, que, por terem 
quebrado este ano, deram vez ao produto  do Brasil. 
A
 respeito do seguro rural, o ministro disse que, neste ano, R$ 174 
milhões já foram disponibilizados aos produtores rurais no Brasil — 
conforme aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU). “Também estão 
em tramitação no Congresso Nacional outros R$ 100 milhões de crédito 
suplementar”, apontou o ministro. O total possível para 2012, de R$ 274 
milhões, representa aumento de 8,3% na área coberta pelo Programa de 
Subvenção.  
“Com
 a evolução do mercado de seguro no Brasil, o que se espera é que os 
produtos sejam aperfeiçoados para melhor atender às necessidades dos 
produtores”, disse Ribeiro Filho. 
Publicado em Gestao Naval 
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| Fonte: Panorama Brasil | 
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Investimento em logística cria novo corredor para exportação
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