terça-feira, 11 de dezembro de 2012

BRIC Lab discute a presença estratégica do Brasil no BRICS

Acompanhei durante 4 dias uma série de eventos internacionais em Nova York para discussão do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e principalmente a posição do Brasil no bloco e os próximos avanços do país na política internacional e seus cenários para 2013.

 


O principal evento com sede na Columbia University, comandado pelo diplomata brasileiro, Marcos Troyjo que é diretor do BRIC Lab da mesma universidade, apresentou uma série de painéis sobre o presente e o futuro do BRICS, e categórica presença do Brasil como força motriz, tanto de forma diplomática, como também de nova economia mundial.

Os eventos contaram com a participação do Presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Marco Maia, e os deputados federais ACM Neto, Bruno Araújo, Vanderlei Siraque, Arnaldo Jardim, entre outros diplomatas e técnicos do governo brasileiro para questões internacionais.

O evento contou com diversas participações da diplomacia e academia internacional, com visões claras de uma revisão de políticas macroecômicas, cambiais e também sobre aspectos de defesa internacional.

No evento BRICs: The Quest for Global Growth, a grande preocupação dos diversos diplomatas e dirigentes empresariais dos países que formam o bloco, sempre está atrelado no crescimento e desenvolvimento sustentável, e neste ponto o Brasil se tornou uma força motriz, onde o crescimento do país precisa estar atrelado a um projeto próprio de país, e não simplesmente em programas de governo ou de partidos, mas sim com uma proposta única, com uma identidade única. Para todos os deputados, a questão é categórica, mas a força e a vontade já são outras questões.

Todos os países do bloco, de alguma forma perdem de longe para a democracia brasileira, mas ao mesmo tempo buscam projetos próprios para o seu desenvolvimento, veja o caso do investimento em tecnologia e educação desenvolvidos por Índia e China, mesmo não atendendo as necessidades pontuais, geram projetos próprios para o desenvolvimento econômico e social dos países, mesmo que levem mais de 100 anos, mas sim terão países evoluídos no futuro, assim esperam.

Um dos pontos de destaque do evento, foi a grande preocupação que os países têm em relação aos investimentos no Brasil, pois a informalidade de processos na cultura de negócios brasileira, a alta carga tributária, o burocrático sistema fiscal, a falta de mão de obra altamente qualificada local e a corrupção são os entraves para o desenvolvimento de maiores volumes de investimentos. Claro que não se deve comparar o Brasil a outros países da América Latina e da Ásia, mas o momento oportuno para o país, precisa ser revisto no sentido de desenvolver um novo projeto de país. A revisão tributária do país precisa ser pensada e trabalhada de forma urgente.

Em almoço oferecido pelo Conselho das Américas aos representantes brasileiros (eu incluído), o diplomatas dos Estados Unidos e da Europa enalteceram o trabalho do governo brasileiro, mas cobraram posições sobre a revisão tributária e o investimento em educação, pois um país com a grandeza do Brasil, não pode admitir a falta de profissionais estratégicos, e principalmente em desenvolver um processo de inovação continua. A cultura do Brasil precisa ser revista, onde educação para muitos jovens é algo chato. Na verdade a educação para o século XXI será o grande projeto de Brasil.

Um país com a riqueza que o mesmo tem, não é permitido, ou aceito pela comunidade internacional não ter um projeto próprio. Hoje o BRICS exige isso, e nós brasileiros mais ainda.

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