terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Cidade de plástico ocupa espaço na cultura brasileira


Gilmar Lima: os compósitos fazem parte do nosso dia a dia, embora muitas pessoas não saibam disso Materiais híbridos de polímeros e fibras, de uso comum no dia a dia, têm grande apelo sustentável. 


Gilmar Lima: os compósitos fazem parte do nosso dia a dia, embora muitas pessoas não saibam disso 


Pode soar estranho, mas postes de energia, pás eólicas, lanchas, ônibus e aviões, entre milhares de outros produtos, têm algo em comum. Todos são feitos de compósitos, híbridos de polímeros e fibras (de vidro, carbono, aramida ou natural).
Ou seja, um tipo de plástico, só que de altíssima performance, muito resistente, leve e tão versátil que, acredite, formam uma cidade inteira. Essa afirmação é possível porque escolas e até mesmo casas podem ser feitas a partir de compósitos.

Para mostrar que o uso desse material sustentável começa a fazer parte da cultura brasileira, a Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (Almaco) montou nesta semana no Expo Center Norte, durante a feira Feiplar, uma cidade nesses moldes distribuída em um espaço de 3 mil metros quadrados.

"A ideia é mostrar às pessoas que o uso desse material está inserido em quantidade maior do que o imaginado em todo o seu cotidiano", explica Gilmar Lima, presidente da Almaco.

A novidade da feira, argumenta Lima, é a exposição de uma escola, biblioteca e até mesmo de casas homologadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida com suas estruturas feitas a partir desse material.

"Os compósitos fazem parte do nosso dia a dia, embora muitas pessoas não saibam. E a Compocity serve para mostrar que podemos auxiliar o Brasil a se desenvolver cada vez mais, a partir do fornecimento de produtos que combinam alta tecnologia, leveza, resistência e viabilidade econômica", comenta.

Outro diferencial do produto citado por Lima é o fato de as paredes não precisarem de pintura. Mas isso não significa que não seja possível dar cor a ela. "No momento em que o pedido é feito, basta fazer a solicitação da cor desejada", explica.

Além disso, a velocidade de construção acaba sendo também um ponto positivo e de destaque para o uso de materiais a partir de compósitos, lembrando ainda que nesse processo deixam de ser usados materiais como cimento e areia. Isso significa que em nenhum momento é gerado entulho.

Lima conta que está sendo construído no Rio de Janeiro um condomínio de 437 casas em um período médio de quatro meses, muito inferior ao tempo levado nas construções de alvenaria.

"Não podemos deixar de lembrar também que a acústica e o isolamento térmico são altamente superiores", completa.

Mas, quando o uso desse tipo de material nas construções no Brasil é comparado com outros países da Europa e Ásia, como Japão e China, a cultura dos compósitos ainda se mostrar muito primária.

"Iniciamos estudos de construções com esse material no Brasil em 2001 e, após um período de dois anos, colocamos em prática. Em Caxias do Sul (RS) existem algumas famílias que moram em casas feitas desse material há oito anos", diz.

Ainda de acordo com Lima, a Compocity mostra a capacidade de desenvolver soluções para todos os segmentos, de infraestrutura e energia a transporte, habitação e lazer.

Na área dedicada às aplicações em energia, pás eólicas, postes de transmissão e um posto de combustível; no "bairro" focado em soluções para o setor de transporte, ônibus, veículos off road, carros e um avião bimotor; na área de lazer, pista de skate, piscina, píer e uma lancha; na praça central, quiosques, lojas, caixa eletrônico e orelhões; fora as placas de sinalização das ruas, pontos de ônibus, outdoors e demais itens comuns a uma cidade real.

Publicado na Revista Exame

Nenhum comentário:

Postar um comentário