terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Navio movido à hidrogênio líquido

Um novo conceito de navio, foi apresentado pela GL- Germanischer Lloyd, em Hamburgo neste ano, é um tipo de navio que poderá revolucionar a indústria marítima caso dê certo, pois irá envolver governos, armadores, e grandes grupos de geração de energia, e transportes.

Para entender melhor é preciso conhecer o sistema europeu “feeder”. Os “feeders ships” são navios de pequeno porte, que fazem a pequena cabotagem na Europa. Hoje são centenas navios, que são empregados neste sistema, que envolve acordos entre os países da Comunidade Europeia. Estes navios são como “caminhões do mar”, tem muita versatilidade, atendendo mais de 200 portos. São navios com menor calado, e manobrabilidade mais eficiente, por isso alimentam grandes portos, e ou transbordam cargas de navios maiores para entregas em portos em interior de rios, ou em lugares com menor movimento. - Ver matéria “Os caminhões do mar”.
Foto cortesia Germanischer Lloyd
Foto cortesia Germanischer Lloyd – navio conceito
Visando este mercado que a Germanischer Lloyd, desenvolveu um conceito de navio full container feeder, movido à hidrogênio líquido, estes navios não terão nenhum motor de combustão interna, e sim apenas motores elétricos, que receberão carga de baterias que são alimentadas por células que usam hidrogênio, para produzir energia. 



Os navios terão um conceito inovador de arquitetura, com “X-Bow” (formato de proa aerodinâmica), poderão atingir 15 nós de velocidade, e estas células de combustível limpo, produzirão 5 MW, de energia, para os dois propulsores tipo “podded”, e um ou dois bow thruster. O hidrogênio ficará armazenado em tanques classificados (C – Type) para capacidade de 920m³, por tanque, esta capacidade dará autonomia ao navio de viagem para 10 dias navegando.

Posto em mar aberto

 

Ai que esta o diferencial deste projeto, é o desenvolvimento de um novo conceito operacional marítimo. A ideia da GL é desenvolver toda a cadeia facilitadora para este novo tipo de navio. Para isso irá envolver a indústria de geração de energia eólica. No Norte da Europa e Báltico, já é comum as “fazendas de vento” offshore. O plano consiste em aproveitar a estrutura já existente no mar, para produzir o combustível (LH²) para esta nova geração de navios. Portos oceânicos serão desenvolvidos apenas para abastecer estes navios, por isso uma autonomia de 10 dias é mais do que suficiente para um tipo de navio que a cada dia toca um porto diferente, sendo possível receber bunker no porto através de caminhões, ou até estações em terra. Mas a ideia é usar este novo conceito de abastecimento no posto marítimo. Para isso serão desenvolvidas “ilhas” no mar, que irão gerar energia (500MW cada uma) e converte la em hidrogênio líquido através da energia eólica. Cada posto destes poderá produzir energia suficiente para abastecer 5 navios como estes por dia! O custo do hidrogênio segundo a GL, poderá cair e se tornar similar ao custo do MGO (diesel marítimo).

Publicado no Blog Mercante

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