Um novo
conceito de navio, foi apresentado pela GL- Germanischer Lloyd, em
Hamburgo neste ano, é um tipo de navio que poderá revolucionar a
indústria marítima caso dê certo, pois irá envolver governos, armadores,
e grandes grupos de geração de energia, e transportes.
Para
entender melhor é preciso conhecer o sistema europeu “feeder”. Os
“feeders ships” são navios de pequeno porte, que fazem a pequena
cabotagem na Europa. Hoje são centenas navios, que são empregados neste
sistema, que envolve acordos entre os países da Comunidade Europeia.
Estes navios são como “caminhões do mar”, tem muita versatilidade,
atendendo mais de 200 portos. São navios com menor calado, e
manobrabilidade mais eficiente, por isso alimentam grandes portos, e ou
transbordam cargas de navios maiores para entregas em portos em interior
de rios, ou em lugares com menor movimento. - Ver matéria “Os caminhões do mar”.
Visando
este mercado que a Germanischer Lloyd, desenvolveu um conceito de navio
full container feeder, movido à hidrogênio líquido, estes navios não
terão nenhum motor de combustão interna, e sim apenas motores elétricos,
que receberão carga de baterias que são alimentadas por células que
usam hidrogênio, para produzir energia.
Os navios
terão um conceito inovador de arquitetura, com “X-Bow” (formato de proa
aerodinâmica), poderão atingir 15 nós de velocidade, e estas células de
combustível limpo, produzirão 5 MW, de energia, para os dois propulsores
tipo “podded”, e um ou dois bow thruster. O hidrogênio ficará
armazenado em tanques classificados (C – Type) para capacidade de 920m³,
por tanque, esta capacidade dará autonomia ao navio de viagem para 10
dias navegando.
Posto em mar aberto
Ai
que esta o diferencial deste projeto, é o desenvolvimento de um novo
conceito operacional marítimo. A ideia da GL é desenvolver toda a cadeia
facilitadora para este novo tipo de navio. Para isso irá envolver a
indústria de geração de energia eólica. No Norte da Europa e Báltico, já
é comum as “fazendas de vento” offshore. O plano consiste em aproveitar
a estrutura já existente no mar, para produzir o combustível (LH²) para
esta nova geração de navios. Portos oceânicos serão desenvolvidos
apenas para abastecer estes navios, por isso uma autonomia de 10 dias é
mais do que suficiente para um tipo de navio que a cada dia toca um
porto diferente, sendo possível receber bunker no porto através de
caminhões, ou até estações em terra. Mas a ideia é usar este novo
conceito de abastecimento no posto marítimo. Para isso serão
desenvolvidas “ilhas” no mar, que irão gerar energia (500MW cada uma) e
converte la em hidrogênio líquido através da energia eólica. Cada posto
destes poderá produzir energia suficiente para abastecer 5 navios como
estes por dia! O custo do hidrogênio segundo a GL, poderá cair e se
tornar similar ao custo do MGO (diesel marítimo).
Publicado no Blog Mercante
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