terça-feira, 11 de setembro de 2012

Brasil busca diversificação em exportações a países árabes

 A relação comercial entre o Brasil e os países árabes tem se fortalecido. No primeiro trimestre, segundo dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) a corrente comercial entre a Liga Árabe e o País totalizou US$ 3,2 bilhões, um crescimento de 3,3% ante o mesmo período de 2011. Durante todo o ano passado este volume alcançou US$ 25,115 bilhões.
Os produtos brasileiros mais comprados neste primeiro trimestres foram açúcares e produtos de confeitaria, carnes e miudezas comestíveis e minérios. Esses três conjuntos de mercadorias representaram cerca de 75% das exportações brasileiras para a Liga que, segundo o gerente de negócios e mercados da CCAB, Rodrigo Solano, tem uma importação per capita maior que a média mundial. Os principais destinos das exportações brasileiras dentro desses grupos de nações, no primeiro trimestre, foram Arábia Saudita com 21% de todo valor exportado, Emirados Árabes com 18,7 % do total e Egito 14,8%.

A Câmara tem realizado um trabalho para que a gama de produtos oferecidos se diversifique, segundo o gerente, os setores de produtos alimentícios, moda e construção civil são promissores "temos que investir em um diferencial, em um produto que só nós [brasileiros] podemos fabricar", completou.
Especificamente para o campo de confecções o gerente afirma que existe uma ideia errada de que a moda nesses países não podia ser rentável pois as mulheres usam burcas mas por baixo das vestimentas tradicionais elas usam e gostam de "aquilo que tem marca e conceito", disse.
Uma das ações para a diversificação desta pauta é um encontro que acontece no final deste mês (28 e 29 de maio) "é uma missão oficial do governo dos Emirados Árabes que deve trazer diversos produtores de ferramentas, equipamentos médicos, artigos para hotéis, equipamentos elétricos". O evento acontecerá na sede da entidade e segundo Solano é uma oportunidade para empresas brasileiras, que importam desses países e que buscam outras fontes possam encontrar nos Emirados uma alternativa.

A Câmara, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e com a embaixada do Brasil no Líbano estará no país árabe em junho para participar da feira Project Lebanon que contará com 14 empresas brasileiras expositoras.
O gerente explica que "os países árabes tem uma dependência muito grande da industria de petróleo mas começaram a diversificar os setores investindo em turismo e construção civil". Dos produtos importados pelo Brasil, provenientes desses países, se concentram os combustíveis minerais que representaram cerca de 85% do total.
A instabilidade política da região, devido a queda dos ditadores da Síria e do Egito e os levantes na Tunísia já parece estar mais controlada. Em relação ao comércio, segundo Solano "todo o processo de estabilização política tende a melhorar o cenário de comércio exterior . Como exportamos muitas commodities as exportações tendem a sofrer um impacto bem menor que os bens de consumo. Setores mais supérfluos tem mais impacto, as commodities são produtos de extrema necessidade".

Certificados Iraquianos

No início do ano passado o Iraque passou a exigir certificados para atestar a qualidade de produtos importados no país. As empresas autorizadas a fornecer os documentos eram as auditorias Bureau Veritas e a SGS. Atualmente o contrato com essa última foi fechado e por seis meses o governo do Iraque irá emitir a certificação, portanto, todas as mercadorias importadas passarão por inspeção no órgão responsável do Ministério da Indústria e Mineração, com exceção das que seguirem com certificação emitida pelo Bureau Veritas, que mantém a prestação do serviço.
Com esta medida, segundo dados da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Iraque os produtos brasileiros serão exportados sem o custo adicional da contratação da auditoria. Isso reduz de 1% a 3% em custo e em 10 dias de burocracia. Segundo o vice-presidente da Câmara, Jalal Chaya essa mudança irá facilitar a importação brasileira para o Iraque "o fluxo de comércio já começou a aumentar. O Iraque é o 5º maior importador do Brasil, a posição dele é significativa", completou.
Uma outra ação comentada por Chaya é a reabertura para facilitar a reação entre os dois países é a reabertura da embaixada brasileira em Bagdá, que ocorreu no início do ano.

Fonte: DCI

Artigo Publicado no Aveworld

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