segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Crédito à exportação é mais usado como capital de giro
As concessões acumulada de crédito do tipo Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) diminuíram 20,5% em setembro ante o mês de agosto. No ano, o saldo total aumentou 33,5% em relação a 2011. Segundo especialistas consultados pelo DCI esse tipo de financiamento tem sido usado pelas empresas também para capital de giro já que as tarifas costumam ser mais baixas do que o Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
Segundo o professor da Faculdade Metrocamp, Álvaro Luis Saron, "os custos de capitação de ACC e ACE [Adiantamento sobre Cambiais Entregues] são menores que os custos de capital de giro de mercado interno do que uma linha de CDI que mesmo com a queda da Selic [taxa básica de juros] é mais caro".
Saron coloca que uma opção também utilizada pelos empresários que fazem comércio exterior são as Notas de Crédito a Exportação (NCE) e as Cédulas de Crédito a Exportação (CCE) pois para este tipo de empréstimo só é necessário comprovar a exportação. "No ACC e ACE você vincula o crédito àquela exportação no caso do NCE ou CCE você não está vinculado a uma exportação especifica, e se precisa utilizar mais recursos de uma outra forma, ainda pode", completou.
Sobre a queda do mês de setembro, o professor chama a atenção para o fato de que a alta dos ACCs e ACEs não estão diretamente ligados ao aumento das exportações "os bancos estão concedendo o crédito e devem aumentar no final do ano por conta de pedidos de final de ano mas o crédito não aumenta proporcionalmente ás exportações".
Para o vice- presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, a diminuição tem a ver com atividade comercial, "o ACC reflete basicamente quem vai fazer alguma exportação, o importador, tende a segurar o fechamento desse contrato e esperar que o dólar possa cair. O exportador vê um dólar favorável e posterga esse movimento e acha que a condição de câmbio pode melhorar", disse. Ele completa dizendo que "a tendência é que cresça um pouco mais no próximo ano ".
Câmbio
Em 2012, a moeda brasileira sofreu uma desvalorização considerável em relação ao dólar, passando do patamar de R$ 1,7 para um patamar de R$ 2. Miguel de Oliveira acredita que o governo deve manter, nos próximos meses o câmbio entre R$ 2 e R$ 2,10. "O governo gostaria que o real tivesse mais desvalorizado, o que melhora nossas exportações ao mesmo tempo ele [o governo] sabe que se desvalorizar afeta as importações e pode causar inflação", disse.
Para o professor da Metrocamp "a tendência da taxa de câmbio é permanecer estável a não ser que haja algum sobressalto que altere esse cenário". Os dados do relatório Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, apontam que o câmbio deve fechar este ano em R$ 2,03 e no próximo ano deve chegar a R$ 2,02.
Balança Comercial
A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 952 milhões na terceira semana de novembro. Segundo dados divulgados também ontem pelo Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no período, a média diária negativa foi de US$ 238 milhões e a corrente de comércio totalizou US$ 9,244.
O déficit foi resultado de US$ 4,182 bilhões em exportações e US$ 5,134 bilhões em importações com médias diárias de US$ 1,045 bilhão e US$ 1,283 bilhão, respectivamente. As vendas externas tiveram queda de 13,9% em relação ao desempenho médio diário verificado até a segunda semana do mês (US$ 1,215 bilhão). As vendas produtos manufaturados caíram 22,6%, os básicos retrocederam 13,8%. Os embarques de semimanufaturados, por outro lado, cresceram 5,4%.
Em relação as importações, na comparação com a média até a segunda semana do mês (US$ 1,067 bilhão), verificou-se aumento de 20,3%, com crescimento nos gastos com combustíveis e lubrificantes, adubos e fertilizantes, siderúrgicos, borracha e obras, cereais e produtos de moagem, e cobre suas obras.
Paula de Paula
Publicado no DCI
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