segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Embaixador chinês aposta em melhora das relações com Brasil
Brasil, Li Jinzhang, disse ontem que o bom relacionamento comercial com o Brasil será mantido como prioridade. A posição foi apresentada durante o 18º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), encerrado na semana passada em Pequim.
Presente à 4ª Conferência Internacional do Conselho Empresarial Brasil-China, realizado ontem, o chinês afirmou que o novo comando avalia a diversidade da pauta de exportações brasileira como benefício para a China e que já deixou claro que atuará para facilitar as negociações comerciais . E além disso, o embaixador aposta que até 2015 as importações chinesas deverão chegar aos US$ 8 trilhões e que isso abrirá enormes oportunidades para as exportações brasileiras. "O palco das cooperações com o Brasil é tão grande quanto os nossos sonhos", garante.
Pesquisa divulgada ontem pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) mostrou que há hoje no País 60 projetos anunciados por empresas chinesas, com um valor total de US$ 68,4 bilhões. Desses, R$ 39 bilhões já foram confirmados e significarão investimentos de US$ 24,4 bilhões. O economista e consultor do CEBC Cláudio Frischtak destacou que, ao todo, 44 companhias chinesas anunciaram aportes no País.
Frischtak destacou que uma mudança recente são os novos interesses da China no Brasil, que eram, até 2010, apenas em recursos naturais. Hoje, a procura por recursos continua, mas as companhias também estão interessadas no mercado brasileiro e em ativos estratégicos.
Segundo José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), há mais interesses da China no Brasil, do que ao contrário. Existem muitas dificuldades de se colocar em prática os investimentos na China, porque é preciso um sócio local, e também porque a China seleciona qual setor esse aporte será feito. Isso faz com que necessariamente o interesse do Brasil talvez não seja o mesmo . "Isso restringe a atuação, pois o Brasil é completamente liberal, já a China tem direcionado exatamente o que quer".
O presidente acredita que o Brasil deveria adotar medidas similares à China, pois o nosso país transmite a impressão de que tem mais interesse no capital do que propriamente na tecnologia. "Deixando à critério do investidor decidir o que fazer", esclarece.
2013
De acordo com José Augusto, a China precisa manter o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que se observou nos últimos anos, de 7,5% a 8%, para que as exportações brasileiras atinjam resultados satisfatórios no ano que vem. "Caso ocorra o contrário [resultado menor que 7%], podemos inverter o sinal de superávit para déficit, mas isso vai depender em parte da China", finaliza o presidente.
Camilla Dourado - AE
Publicado no DCI
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário