terça-feira, 6 de novembro de 2012

China se torna o principal exportador para o Brasil

Contêineres no porto de Santos
 Germano Lüders/EXAME.com 

China vai desbancar os Estados Unidos e se tornará a principal fornecedora para o Brasil em 2012


Contêineres no porto de Santos: de janeiro a outubro, o Brasil comprou US$ 28,7 bilhões da China contra US$ 26,8 bilhões dos Estados Unidos

Brasília - Maior compradora de produtos brasileiros há três anos, a China se tornará pela primeira vez na história a principal fornecedora para o Brasil em 2012, desbancando os Estados Unidos. O fenômeno ocorre em um ambiente de deterioração do comércio exterior global, com duros impactos para o País. O governo divulgou nesta quinta-feira que, em outubro, o saldo da balança comercial foi de apenas US$ 1,7 bilhão, o menor superávit para o mês desde 2009.

O saldo positivo ajudou pouco no resultado acumulado do ano. Até agora, o volume de US$ 17,4 bilhões é 31% menor do que o do mesmo período do ano passado. Sem enfrentar crises, 2011 foi um ano de saldo recorde de US$ 29,8 bilhões.

A consolidação chinesa como principal parceira comercial do Brasil começou a ficar clara no início do ano, com o aumento consistente de suas vendas para o País. Para a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, faltando dois meses para o fim do ano, agora já se pode afirmar com mais segurança que a liderança caberá à China.

De janeiro a outubro, o Brasil comprou US$ 28,7 bilhões do gigante asiático contra US$ 26,8 bilhões dos Estados Unidos. "Houve redução das importações dos Estados Unidos combinada com aumento das importações da China", explicou Tatiana.

Entre os produtos que o Brasil deixou de comprar dos americanos estão hulha, um carvão que se usa em fornos industriais, e algodão. Já da China, houve aumento de importações de itens como bens de capital e componentes de produtos.

Exportações
Do lado das vendas nacionais, vale destacar uma forte queda de 25% verificada no mês passado tanto para a China quanto para a Argentina. A secretária explicou que, no caso da China, o resultado foi influenciado pela retração das exportações de minério de ferro com a queda de 41% do preço em outubro em comparação a igual período de 2011.

Sobre a Argentina, a avaliação é que a crise externa somada a problemas econômicos do país tenham diminuído a demanda por produtos brasileiros, sobretudo veículos. "Seguimos monitorando o comércio bilateral com a Argentina com atenção", disse Tatiana. Os países se reúnem na semana que vem para tratar do tema.

Publicado na Revista Exame

 

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