Maior cliente individual da celulose branqueada de eucalipto produzida no Brasil, a China deverá triplicar os volumes comprados até 2025, de acordo com projeção da Pöyry Tecnologia.
Maior
cliente individual da celulose branqueada de eucalipto produzida no
Brasil, a China deverá triplicar os volumes comprados até 2025, de
acordo com projeção da Pöyry Tecnologia. No ano passado, o país asiático
ficou com 3,9 milhões de toneladas da matéria-prima produzida na
América Latina - o Brasil é, isolado, o maior produtor de celulose de
eucalipto da região - e vai alcançar 12 milhões de toneladas/ano até
2025.
Conforme a Pöyry, a Ásia - com destaque
para a China - será responsável por mais de 90% do crescimento da
produção mundial de papel até 2025 e terá o mesmo peso na expansão do
consumo global de fibra (celulose e papel reciclado). "Não acreditamos
que a China será autossuficiente em celulose no futuro", afirmou o
vice-presidente da multinacional finlandesa, Carlos Alberto Farinha e
Silva, antes da abertura do 45º Congresso e Exposição Internacional da
Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP).
O levantamento da Pöyry indica que, até
2025, a Ásia produzirá volume adicional de 86 milhões de toneladas
anuais de embalagens, papéis gráficos e sanitários. Ao mesmo tempo, a
região elevará em 88 milhões de toneladas anuais o consumo de fibra
reciclada e celulose virgem.
Se as perspectivas de longo prazo são
positivas para a indústria brasileira, o curtíssimo prazo tem despertado
preocupação. Para a Pöyry, os resultados da indústria em 2012 ficarão
abaixo do verificado no ano passado. "Estamos vendo perdas importantes
de volume e receita no mercado internacional", acrescentou a presidente
da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de
Carvalhaes. Segundo ela, as receitas com exportação de celulose recuaram
9% no acumulado do ano até setembro. No mesmo intervalo, a receita
obtida com as vendas externas de papel caiu 11%.
De acordo com Elizabeth, os dados
relativos a setembro foram conhecidos na segunda-feira e serão
divulgados no próximo relatório conjuntural da Bracelpa. O último
levantamento apontou que as exportações de celulose acumulavam queda de
7,9% de janeiro a agosto, para US$ 3,058 bilhões.
A presidente da Bracelpa afirmou também
que a indústria está ampliando seu portfólio e vai diversificar ainda
mais a oferta de produtos florestais. Para ela, o foco das companhias no
médio e longo prazos deve estar nos múltiplos usos da madeira.
"Claramente, vamos abrir esse leque e partir também para pellets para
energia, biocombustíveis, entre outros", afirmou.
Na semana passada, a Fibria, maior
produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto, anunciou a
entrada no negócio de biocombustíveis com a compra de 6% do capital da
americana Ensyn Corporation. Antes disso, a Suzano Papel e Celulose
havia anunciado a criação de uma nova empresa, a Suzano Energia
Renovável, que produzirá e exportará pellets para geração de energia.
Conforme Elizabeth, os investimentos de
US$ 24 bilhões projetados pela indústria brasileira até 2025 compreendem
aportes em outros negócios e não apenas em celulose e papel.
Inicialmente, a previsão era que esse valor fosse aplicado pelas
empresas brasileiras até 2020. Com a crise econômica, o setor estendeu o
prazo até 2025.
Fonte: Valor Econômico(10/10/2012)
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